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Quem me acompanha nas redes sociais (e se você ainda não segue, me procura @blogporondeeuvou lá no Instagram e no Facebook) já deve ter percebido que, nas últimas semanas, a nossa vida mudou, e muito.
Isso porque trocamos a nossa rotina e estabilidade em Barcelona para enfrentar um desafiador recomeço no Japão. É isso, agora estamos vivendo no Japão, mais especificamente, em Tóquio.

Mas por que o Japão?

Tudo começou com uma “remota” oportunidade de trabalho para o Marcelo, que é da área de tecnologia e não poderia pensar em um lugar mais significativo para crescer na sua profissão do que o Japão.

No início, essa ideia parecia muito distante e quase improvável! Mas aí o tempo foi passando, as coisas se concretizando e quando nos demos conta, tínhamos que decidir: “ir ou não? Vamos deixar a vida tranquila e estável na Espanha por um futuro incerto no Japão?”

“Sim.” A verdade é que, apesar do frio barriga, não tivemos dúvida. Era uma daquelas oportunidades que podem nunca mais aparecer e a gente, definitivamente, não queria deixar de vivê-la. Seria um novo continente, uma nova cultura, um novo idioma (por mais difícil que seja). Um novo jeito de viver a vida.

Concordamos, então, que essa experiência duraria 1 ano. Isso vai me permitir seguir trabalhando remotamente na minha área, que é marketing digital. Além disso, vou poder dar mais atenção ao blog, que é algo que eu amo fazer. Esse período nos pareceu bastante suficiente para descobrir o Japão. Sem contar que, morando em Tóquio, conseguiremos viajar por alguns países asiáticos.

Decisão tomada. Hora de organizar a mudança.

Quem acompanha o blog desde o começo deve lembrar da minha fase de mudança para os EUA e, em seguida, para a Espanha. Eu inclusive contei tudo num post aqui no blog, dá uma olhada.

Estava acontecendo de novo, era hora de organizar as malas e partir! Mas dessa vez a mudança foi mais difícil porque construímos um lar em Barcelona. E aqui não falo apenas de móveis e decoração, mas principalmente dos grandes amigos que fizemos na cidade. Não foi fácil. Despedidas nunca são!

Vendemos, doamos e reciclamos a maioria das coisas. Com o exercício do desapego aprendemos, mais uma vez, a viver com o essencial.

Compramos as nossas passagens com a empresa KLM, a melhor opção para que cada um pudesse despachar pelo menos 2 malas grandes.

Digo isso porque pude notar que a maioria das companhias asiáticas permite o despacho de apenas 1 mala. Para excessos, eles cobram um valor fixo por cada quilo. Isso mesmo: cobram como excesso de bagagem, podendo custar até 120€ cada quilo a mais do permitido. Impensável, né?!

Após meus 4 anos, e os 6 do Marcelo, vivendo em Barcelona, embarcamos com 2 malas de 23 kg + a nossa malinha de mão, cada.

Ansiedade: o que esperar?

Desembarcamos em solo japonês no dia 27 de setembro de 2019, 17 horas depois de termos saído de Barcelona. Um voo longo, com escala em Amsterdam, mas bem tranquilo de modo geral.

A empolgação era tanta que eu quase não dormi no voo – e olha que isso é difícil, viu? Somente quando desci do avião que, finalmente, senti o baque da nossa decisão. Do momento em que pegamos nossas malas até quando finalmente sentamos no trem com destino à nossa nova casa eu só conseguia pensar: “mas o que é que eu vim fazer aqui?”

Desespero mesmo… Um pequeno estado de choque misturado com ansiedade e muito nervosismo. Agora que o susto passou eu até consigo analisar um pouco melhor esse momento.

Na fila de imigração e com toda a documentação em mãos, só precisávamos que nos dessem a nossa carteirinha de residente e pronto. Nesse pequeno contato eu já pude notar o quão difícil seria a nossa comunicação. Pegamos nossa identidade e seguimos em frente.

Vivendo no Japão: as primeiras adversidades

Antes mesmo de embarcar para o Japão decidimos que contrataríamos no aeroporto uma empresa para levar nossas bagagens para o nosso endereço em Tóquio. E você deve estar se perguntando, mas por que não pegar um táxi e levar tudo com a gente? Simplesmente porque os táxis japoneses estão entre os mais caros do mundo.

Serviço de envio de bagagem no aeroporto Narita, Tóquio

Ao chegar no balcão da empresa e, com gestos, explicar quais malas deveriam ser levadas, descobrimos que seria necessário um número de telefone japonês para fechar o serviço. Mas como eu ia ter um número se eu tinha acabado de chegar?

Mudamos de ideia. Estando a quase 2 horas de distância do nosso destino final, resolvemos sondar a opção do táxi. Talvez não fosse tão ruim assim.
Mas como vi em muitos blogs, o valor era bem caro: 25,000¥, ou 250€, ou seja R$ 955,00!!! Essa realmente não era uma opção!

Pesquisamos ônibus. Talvez o percurso fosse mais fácil para transportar as malas. Mas todas as opções tinham difícil conexão até o nosso apartamento.

Não tinha jeito. Minha cabeça cansada já não via muitas alternativas naquele momento. Então, nos aventuramos com todas as malas por trem, seguido de metrô, até o nosso destino.

Pra falar a verdade eu nem sei como fizemos isso. Só sei que fizemos o percurso com bastante calma e demos a sorte de encontrar os transportes praticamente vazios. Com o empurra-empurra de malas, finalmente chegamos. \o/

Conclusões de um primeiro dia

E após quase 24 horas depois de sair de Barcelona, e com um fuso horário completamente trocado, finalmente estávamos na nossa nova casa no Japão.

Aliviada de finalmente chegar no nosso cantinho – apesar dos perrengues – eu me senti orgulhosa de nossas pequenas conquistas, de termos conseguido sair do aeroporto, comprar os bilhetes, pedir informações e encontrar a nossa casa… <3

Agora, a sensação de desespero passou e o nervosismo vem diminuindo a cada dia. Mas as aventuras de estar vivendo no Japão… aaah… essas eu tenho certeza que serão muitas e estão todas por vir!

Ruas de ginza, vivendo no Japão

Se você quer ver como tem sido o nosso dia a dia aqui no Japão, fique de olho no Instagram do blog. Acompanhe os stories porque estou postando tudo lá!

😉

postado por
Cleide
Paulistana de 28 anos residente em Tóquio. Começou sua jornada de descobertas na Europa, mas atualmente explora as diversidades do maior continente da terra, a Ásia!
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